quinta-feira, 4 de agosto de 2011

“O Eixo inalterável”


A vida tem seus momentos:
De tristezas, de dores e de alegrias.
Acredito que a vida seja movida
Por um grande eixo inalterável,
Mas às vezes duvido disso!
Penso que o que tiver de ser será,
Mas nem sempre aceito passivamente o que ela me impõe.
Queria poder traçar os meus próprios passos,
Mas o Eixo não me permite!
E se esse Eixo não existir e eu simplesmente estiver aceitando
Suas surpresas?
E se eu estiver encarando coisas que podiam ser diferentes?
E se eu puder mudá-las?
Como saber se estou aceitando as coisas por não poder mudá-las,
Ou por não saber que posso mudá-las?
Não sei!
O jeito é fazer o que julgo ser correto,
Esperar que isto resulte no melhor;
Aguardar!
A vida tem seus mistérios,
E cabe a nós, crer ou não,
Aceitar ou não.
Mas o Eixo e o tudo são questões de fé e ponto de vista.

O ato de grafar


Nas palavras me perco,
Sem querer, mas por vontade “própria”.
Gosto de ser refém delas,
Pois assim, sinto-me obrigado a tratá-las bem,
Gosto de vê-las sendo bem tratadas em minhas mãos.
Não sei se nasci pra dominá-las,
Ou pra ser dominado por elas.
Confesso que gosto de ser mandado!
Acho que elas dominaram minha mente,
E me usam como se eu fosse um “deus da vida”.
É, sirvo pra dar vida às palavras que estão ocultas em minha mente.
Psicografia? Não, apenas materialização de “ideias minhas”,
Sou usado por vontade própria.
Gosto de ser capacho delas!
Quando percebo que estou prestes a ser usado,
Disponho-me!
Chego quase a dizer “me dominem!”.
Se eu gostaria de mandar?
Não sei, talvez mandar nelas não reserve a mesma graça,
Não me cause contentamento.
É interessante vê-las surgindo uma a uma quando querem.
Talvez esse seja seu mais sublime charme.
Acho que gosto do charme de vê-las surgirem (ou não),
Quando querem!

Vida incolor

Tonalidades opacas de uma vida incolor,
E me vêm gritos sussurrados,
De tormento ou será dor?
Não vejo beleza de flor,
Apenas a abundância de ausência de cor.
“Pra que cores?”,
“As cores não dizem nada!”,
Tento me consolar assim.
Mas no fundo, queria ter asas de borboletas,
Olhos de arco-íris
E viver mergulhado em cores,
Com todas as suas variações e tonalidades.
Querer, palavra ousada!
Ouso dizer que quero cores,
Milhares delas com suas insignificantes variações!
Mas a realidade das cores se extingue
Na incoloridade das coisas.
Talvez apenas as coisas insignificantes
Signifiquem em cores.
“Mas cores são cores!”,
Até que ponto?!