segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Evolução

Sei que esperam estereótipos.
Ideologias comuns.
Escolher uma face ou outra, pra que?
Prefiro sobrepô-las.
Uma a uma.
Hoje sou um novo eu.
Ontem era outro eu.
Mudo de acordo com o tempo.
Tempo... Tempo...
Início, meio e fim.

Particularidades

A plenitude da totalidade,
 Extingue-se na exceção.
Para que querer tudo,
Se não temos realmente nada.
O vazio pode ser tudo,
E o tudo pode ser nada.
O silêncio pode falar mais que várias palavras...
...
...
E fala.

Incertezas

Não há impossibilidades.
O mundo gira.
Nós giramos.
O não pode ser mais do que aparenta.
Certezas não existem.
Quer dizer não tenho certeza.
A moeda tem duas faces.
Tão próximas, mas opostas.
Será que os opostos sempre estão juntos?
O que será estar juntos?
Espero saber.

Descobertas

Descobri que posso.
Mais que os mais.
Capacidade escondida,
De sonhos, concretos.
Expectador? Sou não.
A vida me leva? Às vezes.
Gosto das viagens.
Ameaças invisíveis,
Para alguns.
Carrego nos ombros mais do que devia,
E menos do que quero.
Quero poder ser alguém,
Que eu mesmo espero ser.

Vivências

Quis ver algo novo.
Ficaram marcas.
Que marcam sem marcar.
Que marcas?
Pergunto, procurando apagá-las.
A mente viciou.
O sono foi-se.
As idéias fluem.
Mas não as quero.
Tenho planos.
Não vou deixá-los.
Assim espero.

Fluxo

As coisas fluem no dia-a-dia.
O abstrato se concretiza.
O infinito se aproxima.
A palavra não nomeia.
O grito não alerta.
O peito não distingue.
A alegria não é plena.
A tristeza, constante.
A mente dispersa.
Procurando com pressa,
Só não se sabe o que.

Tudo converge

A vida tem seu Sentido.
Tudo se encaixa mais cedo ou mais tarde.
Tudo passa.
Tudo fica.
Tudo destrói e fortalece.
Viver dores não é bom; mas é bom.
Testar a fé é uma provação.
Acreditar em uma saída dar forças.
Buscar a saída é duro.
Desistir dela é mais ainda.
Esperar o fim ocasionara dores maiores.
Tentar em vão, desestimula.
O fracasso é seu maior inimigo.
O desespero bate.
E tem grandes chances de entrar.
Vencer essa luta mais sua que dos outros,
Exigirá uma ínfima vontade de vencer.
Não e fácil, é preciso.
É questão de vida.
É questão de morte.
É questão de fé.

A felicidade

Estou além do além
Vivendo, a vida, vivendo
Estando afim, de se entregar a alegria
De curtir o novo
De ser diferente
Estar com pessoas de personalidade
De ser feliz de verdade
Sem medo de infelicidade
Com uma crise de inconsciência,
Boa!
Fazendo o proibido, permitido
Tendo como guia à incontrolável vontade
Tendo como apoio as parceiras da mesma.
Curtindo enquanto posso.
Curtindo.
Gostando do diferente.
Vivendo o diferente,
Contente
Subjacente ao mundo
Gritando por graça,
Estando na farsa.
Estando de graça.

Polidez Permanente


Polidez automática e sintética,
Para a boa impressão desejada, exigida
Glórias, glórias desejadas.
Vontade constante de ser,
Ser, ser O que!?
Um desconhecido de si mesmo,
Um estranho familiar.
Um mundo de Nomes
De ser, sem poder ser muito
Sem poder ser pouco
Um mundo de loucos desumanos,
Um mundo desejado, sonhado, buscado.
Longe de muitos, realidade de poucos,
Dito perto pra alguns.
Busca constante de uma fantasia,
“irreal”, surreal.
Vontade que move o mundo,
Que o mantém vivo, ativo, em movimento.
Dura busca,
Que faz muitos deixar as “alegrias” de lado,
Zumbis que perambulam atrás de um lugar.
Seu, dos outros, de ninguém.
Branco. Preto.
Colorido. Incolor.

Desespero

Gritar já não adianta.
Gritar não adiantará.
A vida perdeu a esperança,
E não a encontrará.
Viver a eterna lembrança,
Do que não voltará.
Sonhos da vida inteira,
Com preço alto
A pagar.
 Graças e desgraças.
Sonhos e desilusão.
A vida tenta me possuir,
E digo a mim não.
Correr buscando saída,
Sem a encontrar.
Viver a eterna contradição
De estar e não estar.

Parceria

Ser o máximo que poder,
Pra alguém que faz tudo pra ajudar.
Responder a projeções,
Ser mais do que geralmente se é.
Se jogar no abismo confiando numa mão amiga,
Que apesar de sempre pronta a ajudar,
Pretende testar suas forças,
O quanto se pode suportar.
Sair do abismo com incentivos,
Sem a mão,
Só com a força de incentivos.
É glória de ambos.
Ser fiel, cruel, ser demais.

Alerta

Porra!  Olha pra mim, estou aqui.
Vê que eu sou alguém,
Que ama, chora, odeia, adora...
Sente dor, pavor, medos...
Que tem sonhos, metas, objetivos...
Quer ser feliz, fazer feliz, viver feliz.
Que quer ajudar, abrigar, ensinar, aprender.
                                                         Eu sou alguém que quer viver!

Rotina

A ilusão desiludida.
O sonho que não foi sonhado.
O grito calado.
A gratificação que não gratifica.
Viver um ofício que dá prazer,
E não o dar.
Viver a vida que não era a sua.
Ter que ser, sem querer ser.
Sorrir com dores,
Amar com desprezo,
Ser sem estar preparado pra ser.
                                                           Viver na ilusão, por “opção”.

Busca


Às vezes viver é monótono,
A monotonia cansa.
Os sonhos nos parecem distantes,
A vida sem sentido,
O destino incerto,
O peito vazio...
Preencher-se exige renuncias.
Renunciar pode ser muito difícil.
Viver a mercê de delírios é bom.
Viver a mercê de sonhos exige de nós:
Desapego, bravura, determinação, ilusão...
O grito no peito cala,
A angústia machuca,
Mas o sonho...
Vale mais!

Eu

Não tenho tudo que quero,
Mas não quero tudo que me dão.
Não abandono meus caprichos pelos caprichos alheios,
Nem quero que abandonem por mim.
Sou intenso quando acho que devo,
Porém sem graça quando acho que devo ser.
Sou eu em mim;
Não sou eu em mim;
Sou muitos em um;
E um, em muitos.
Porém sou mais do que aparento,
Para quem sabe ultrapassar as aparências.
Sou bem mais profundo, para quem sabe me enxergar.
Não sou de multidões,
Sou de um, dois, três...
Sou de poucos,
Sou pra poucos,
Sou ninguém.

A casa

Casa de não ser
De alma nem coração.
Casa de mentes.
Casa da ilusão.
Casa do acaso, de vidas, de sonhos.
Casa feliz, triste, sem sentimentos.
Casa de esperança pelo que está por vir.
Casa de contar glórias passadas,
De planejar glórias futuras,
De viver de projeções.
Casa de virtudes vãs.
Casa de desvirtuados,
De infâmia,
De traições,
De difamações.
Casa onde brota a alegria
E onde se padece de tristeza.
Casa de beleza.
Casa de deformações.
Casa de canções, inconstâncias, negações.
Casa de futuras lembranças,
Boas, ruins...
Casa!

Criações

Nos momentos difíceis, elas surgem
Sem aviso nem premeditação, sou um fantoche delas, estou preso
Estou preso à imaginação
A liberdade não existe
Só me resta aceitar.

Adaptação


Aceitar o inaceitável,
Viver com erros,
Sentir tudo que faz sofrer,
Estar preso com liberdade,
Sentir vontades diversas e não poder realizá-las,
Ter que ser o que nunca foi,
Ter que abandonar princípios,
Ter a vida analisada a cada movimento,
Ser, sem ser.

O sonho

Fluxo de inconsciências constantes
Visões preocupantes,
Às vezes felizes.
Consciente no inconsciente
Divagando em ilusões,
Fluxo da mente,
Criações.

Saber

Só sei que...
...que
...a vida
...não sei.

A dor

O amadurecimento exige metamorfoses
De corpo, alma, mente...
A dor tem sua importância
Para quem já a sentiu.
Viver é um céu
E a dor é as estrelas
Mesmo que às vezes elas não estejam visíveis
                                                         Elas sempre aparecem.

Contínuo

A loucura é a continuação da lucidez.
A tristeza é a continuação da alegria.
O cansaço é a continuação da disposição.
O ódio é a continuação do amor.
A morte é a continuação da vida.
...e tudo continua...